Um pouco da historia do Perfume...
O emprego das fragrâncias começou nas antigas
civilizações. Há milhões de anos atrás, quando o homem descobriu o fogo,
percebeu que ao queimar determinados arbustos e resinas, exalavam um intenso
cheiro. Fazia assim oferenda aos deuses. Raízes, caules, folhas, flores e
frutos são usados há muitos milênios pela humanidade, para fins religiosos e
medicinais.
O perfume mais antigo do mundo foi encontrado por arqueólogos italianos
no Chipre. Feitos de extratos de lavanda, pinho, louro, alecrim e coentro, os
resquícios das essências tinham 4 mil anos e estavam guardados em garrafas
transparentes. Os perfumes foram achados no local em que os arqueólogos
acreditam que funcionava uma fábrica de quase 4 mil metros quadrados. O tamanho
da perfumaria impressionou os cientistas, que acham que o perfume era produzido
em escala industrial. A produção de perfumes pode estar relacionada à deusa
grega Afrodite, do amor. É que a ilha de Chipre é o local de origem do culto a
ela.
O
nome "Perfume" deriva do latim "per fumum" ou "pro
fumum", que significa "através do fumo".
Todos
os templos da Babilônia, Assíria, Egito, Roma e Grécia tinham seus perfumistas
exclusivos. Os mais antigos frascos de perfumes de que se tem notícia datam de 5000 a .C. Eram fabricados na
Mesopotâmia e no Egito com alabastro e pedra, por ser o material preferido,
devido a não serem porosos.
O
uso do perfume na Antigüidade
Os egípcios preparavam uma mistura de
madeira, cujos componentes - o benjoim, o galbano - eram triturados e aglutinados
com mirra e azeite de oliva. Esta mistura era queimada
durante os rituais. Relato Bíblico no livro Êxodo cap.30, v.1 e 7: "Farás
também um altar para queimar os perfumes; e, Aarão queimará sobre ele um
incenso de suave cheiro" (A queima de perfumes era símbolo da oração que
sobe a Deus e que é por Ele recebida por partir de um coração fervoroso e
devoto).
Foi na Índia e na Arábia que surgiram os primeiros mestres
perfumistas.
Os árabes não só compreendiam e
apreciavam os prazeres dos perfumes, mas também tinham conhecimentos avançados
de higiene e medicina. Eles produziram elixires partindo de plantas e animais
com propósitos cosméticos e terapêuticos. Avicena, (980 - 1073), médico árabe,
descobriu, por acaso, os princípios
básicos da destilação a vapor, enquanto pesquisava poções medicinais com flores
e madeiras aromáticas.
Existem várias lendas que envolvem o
surgimento do perfume. Uma delas relata que o perfume foi uma criação da Deusa
Vênus (mitologia Grega), que certa vez teria ferido o dedo e dele caído uma gota de sangue sobre uma
rosa. Cupido (Deus do Amor) por sua vez, beijou a rosa e teria selado a
alquimia, transformando o sangue de Vênus em fragrância.
A história do perfume remonta há três
mil anos e as lendas que envolvem sua criação vão mais longe ainda. Na
antigüidade, as fragrâncias florais costumavam ser produzidas na capital
mundial dos perfumes, a Babilônia. Ali já havia sido criada a água de colônia,
obtida pela maceração (esmagamento) de pétalas de rosas.Diz-se que chegavam a ser montado autêntico
laboratório nos templos, para a preparação de fragrâncias para os mortos e para
os Deuses. Os egípcios acreditavam que os seus pedidos e orações chegariam mais
depressa à morada dos deuses se viajassem nas densas nuvens de fumo aromático
que se erguiam dos altares e ascendiam aos céus. No entanto, as mulheres
egípcias também eram grandes apreciadoras de perfume. Usavam brincos ocos
cheios de perfume, para além de perfumarem as roupas e a água do banho e de se
untarem com imensos óleos e fragrâncias. Cleópatra foi uma das primeiras
mulheres a utilizar o perfume como "arte de sedução". Reza a lenda
que seduziu Marco António e Júlio César usando perfumes à base de óleos
extraídos de flores.
Na Grécia, o perfume foi divulgado por Alexandre, o
Grande e depressa se tornou um sucesso. Diz-se mesmo que a arte da perfumaria
floresceu nesta civilização. Aqui foram desenvolvidas fragrâncias específicas
para cada parte do corpo e outras para tratamento de diversas doenças.Também os
romanos, preocupados com o asseio pessoal, desenvolveram óleos perfumados para
limpeza do corpo.
Á
Europa, o perfume chegou com os árabes. No entanto, com a chegada do
Cristianismo e as suas mensagens de humildade e pudor, o perfume caiu em
desuso, sendo mais utilizado pelas classes mais favorecidas para esconder a
falta de higiene pessoal. Com a Revolução francesa, o perfume conhece
desenvolvimentos impressionantes, começando a ser associado à sedução e até
mesmo ao erotismo. A partir do séc. XIX, a França é reconhecida como o berço da
perfumaria e Paris como o centro da indústria do perfume.
Durante muitos séculos o conhecimento dos poderes
curativos das plantas foi-se perdendo, porém, a sua crença manteve-se dentro
dos mosteiros, entre os monges que preparavam soluções antibacterianas, entre
outras, tendo em vista combater as pragas que na altura vitimavam muita gente.
Durante o século XIV, deflagrou um surto de peste negra por toda a Europa, pelo
que nas ruas e igrejas eram queimados ervas aromáticas para desinfectar o ar e
disfarçar o terrível cheiro dos cadáveres que jaziam por toda parte.
Principais Métodos de Extração
Os
métodos de extração variam conforme a localização do óleo volátil na planta e
com a proposta de utilização do mesmo. As técnicas mais comuns são: enfloração
(enflurage); destilação por arraste de vapor d'água; prensagem e
extração com solventes orgânicos.
Enfloração
(enfleurage)
Algumas
plantas têm baixo teor de óleos essenciais e são extremamente delicadas, não
podendo ser destiladas a vapor, pois podem sofrer perdas quase completas de
seus compostos aromáticos. Nestes casos o processo chamado enfleurage é
utilizado para obter-se o óleo essencial, porém é lento e caro, sendo empregado
por algumas indústrias de perfumes para a obtenção de óleos de alto valor
comercial. No caso de flores frescas, por exemplo, as pétalas são colocadas
sobre uma placa de vidro com gordura, que vai absorver o óleo das flores, que
são substituídas por flores novas todos os dias, até que a concentração certa
seja obtida. Depois de alguns dias, a gordura é filtrada e destilada a baixa
temperatura. O concentrado oleoso que resulta desse processo é misturado ao
álcool e novamente destilado.
Arraste por vapor d'água (destilação a vapor)
O arraste
por vapor d'água ou destilação a vapor é o método mais difundido. A água é
aquecida em um recipiente e o vapor resultante desse processo é bombeado sob
pressão para um outro recipiente, onde se encontra o material vegetal. O calor
do vapor faz com que as paredes celulares se abram. Dessa forma, o óleo que
está entre as células evapora junto com a água e vai para o tubo de
resfriamento. A fase oleosa não se mistura com a fase aquosa. Por serem mais
leves, os óleos essenciais ficam concentrados sobre a camada de água, podendo
ser facilmente separados. No caso das produções de pequena escala, emprega-se o
aparelho de Clevenger (Figura 2). O óleo essencial obtido, após separar-se da
água, deve ser seco com sulfato de sódio (Na2SO4) anidro. Preferencialmente,
esse método tem sido utilizado na extração de óleos de plantas frescas.
Um outro método de
extração de óleos essenciais é por prensagem a frio (pressão hidráulica) ou
escarificação.Ele é usado para obter óleo essencial de frutos cítricos como
bergamota, laranja, limão e pomelo. Neste processo, as frutas são prensadas e
delas extraído tanto o óleo essencial quanto o suco. Após a prensagem é feita a
centrifugação da mistura, através da qual se separa o óleo essencial puro. Não
somente é feita extração de óleos essenciais de cítricos por este método, mas
de maneira semelhante o óleo extravirgem de amêndoas,castanhas, nozes, germe de
trigo, oliva, semente de uva e também de algumas sementes das quais se extrai normalmente
o óleo essencial por destilação, como é o caso do cominho negro.
Extração
com solventes
A utilização de
solventes para extração de óleos essenciais é uma técnica relativamente
moderna, sendo adotada para se obter maior rendimento ou extrair produtos que
não poderiam ser obtidos pelos outros métodos.As plantas são imersas no
solvente químico adequado (hexano, acetona, ou outros derivados de petróleo).
Isto resulta um produto chamado de concreto. Em seguida, o concreto pode ser
dissolvido em álcool para remover o solvente. Quando o álcool evapora, o
absoluto aparece. A extração por solvente apresenta algumas desvantagens como a
permanência de resíduos do solvente no absoluto e causar efeitos colaterais, o
que dependerá do solvente empregado, o que deve ser observado na indicação de
absolutos e concretos para perfumaria e cosmética. No processo de extração do
concreto podem-se obter, além do óleo essencial, ceras, parafinas, gorduras e
pigmentos. Já o absoluto, com a limpeza dos solventes anteriormente empregados purifica
a mistura das ceras, parafinas e substâncias gasosas presentes, o que leva o
produto final a ter uma consistência mais líquida. O teor de solvente no
produto final pode variar de menos de 1% até 6%. Em teores menores ou até 1%, o
produto pode ser considerado apto ao uso terapêutico, quando indicados nesse
sentido.
No caso de produtos
obtidos somente pelo uso do álcool, é aceitável seu emprego comfinalidade
terapêuticamesmo com teores superiores a 1%, como acontece com algumas resinas
como a mirra e o benjoim.
Extração com dióxido de carbono
Trata-se de um método recente, que emprega
temperaturas mais baixas relativamente às da destilação, o que o torna num
método menos agressivo para as plantas. Consiste em colocar as plantas num
tanque de aço inoxidável, posteriormente injectado com dióxido de carbono, que
aumenta a pressão do tanque. Quando submetido a altas pressões, o dióxido de
carbono liquidifica-se, actuando como um solvente que permite extrair os óleos
essenciais das plantas. Seguidamente, a pressão diminui e o dióxido de carbono
volta ao estado gasoso, não deixando, assim, quaisquer vestígios.
Divisão da Fragrância
Diante de tanta diversidade,
pode ser difícil escolher a fragrância que combina melhor com você. Por isso,
sabendo algo mais antes da vendedora lhe oferecer uma porção de papeizinhos
borrifados, sua chance de acertar na compra aumentará muito. Um perfume é
resultado de uma média de 75 a
200 essências. Por essa razão, ele é composto por notas de cabeça, notas de
coração e notas de fundo, que é mais ou menos como o cheiro dividido em etapas. Isso porque
cada nota tem o seu tempo de evaporação e, portanto, de duração na pele. São
elas:
Notas de cabeça: é a primeira impressão que se
tem do perfume. Como as moléculas são menores, em menos de três minutos, elas
evaporam.
Notas de coração: é o verdadeiro cheiro do
perfume e se mantém na pele de cinco a oito horas.
Notas de fundo: as notas que dão corpo ao
perfume. Feitas a partir de moléculas mais pesadas, elas são as últimas a irem
embora, durando até vinte e quatro horas.
Com a viragem de um novo
século,também o mundo da perfumaria assistiu a muitas novidades!Ás casas de
perfume francesas juntarem-se as inglesas e o perfume se notou simbolo de
estatuto.A alquimia ,que até agora usava substancias naturais,animais e
vegetais atraves das tecnicas de enflourage,destilação e espremetura ,deu lugar
à química dos protudos sinteticos que
abriu novos horizontes ,introduzindo uma combinação de aromas possíveis quase
infinita .
Mas, afinal de contas, o que é um Perfume?
O que ele
contém?
A fragrância de um perfume é um complexo sistema de
substâncias originalmente extraídas de algumas plantas tropicais ou de alguns
animais selvagens. Recentemente, o perigo deextinção de certas espécies
vegetais e animais e a busca de novas essências, inclusive de menor custo,
conduziu a química dos perfumes aos laboratórios, onde são criados os produtos
sintéticos que têm substituído paulatinamente os aromas naturais.
Um outro aspecto curioso é que as fragrâncias que
encontramos em detergentes, amaciantes e produtos de limpeza são, com
freqüência, as mesmas usadas na fabricação de perfumes. Do ponto de vista da
química, o que realmente caracteriza uma fragrância? A resposta a essa pergunta
nos conduz a uma curiosa viagem pelo mundo das moléculas voláteis.
Um perfume é, por definição, um material — porção
de matéria com mais de uma substância. A análise química dos perfumes mostra
que eles são uma complexa mistura de compostos orgânica denominada fragrância
(odores básicos). Inicialmente, as fragrâncias eram classificadas de acordo com
sua origem. Por exemplo: a fragrância floral consistia no óleo obtido de flores
tais como a rosa, jasmim, lilás etc. A fragrância verde era constituída de
óleos extraídos de árvores e arbustos, como o eucalipto o pinho, o citrus, a
alfazema, a cânfora etc. A fragrância animal consistia em óleos obtidos a
partir do veado almiscareiro (almíscar), do gato de algália (algália), do
castor (castóreo) etc.
A fragrância amadeirada continha extratos de
raízes, de cascas de árvores e de troncos, como por exemplo, do cedro e do
sândalo.O sistema moderno de classificação das fragrâncias engloba um total de
14 grupos, organizados segundo a volatilidade de seus componentes: cítrica
(limão), lavanda, ervas (hortelã),aldeídica, verde (jacinto),frutas (pêssego),
florais (jasmim), especiarias(cravo), madeira (sândalo), couro (resina de
vidoeiro), animal (algália), almíscar, âmbar (incenso) e baunilha. A Figura um classifica
essas fragrâncias segundo sua volatilidade. Os perfumes têm em sua composição
uma combinação de fragrâncias distribuídas segundo o que os perfumistas
denominam de notas de um perfume. Assim, um bom perfume possui três notas:
*Nota superior (ou cabeça do perfume): é a parte
mais volátil do perfume e a que detectamos primeiro, geralmente nos primeiros
15 minutos de evaporação.
*Nota do meio (ou coração do perfume): é a parte
intermediária do perfume, e leva um tempo maior para ser percebida, de três a
quatro horas.
*Nota de fundo (ou base do perfume): é a parte
menos volátil, geralmente leva de quatro a cinco horas para ser percebida. É
também denominada ‘fixador’ do perfume.
A estas fragrâncias estão associadas, segundo os
perfumistas, as emoções fortes e a sugestão de experiências como encontros
sexuais e mensagens eróticas.A Figura um ilustra a participação das diversas
fragrâncias nas notas de um perfume.
Os
químicos já identificaram cerca de três mil óleos essenciais, sendo que cerca
de 150 são importantes como ingredientes de perfumes. Para que possam ser
usados com esse fim, os óleos essenciais devem ser separados do resto da
planta. As écnicas usadas para isso baseiam-se em suas diferenças de
solubilidade, volatilidade e temperatura de ebulição.
A
extração por solventes, por exemplo, utiliza o solvente éter de petróleo (uma mistura
de hidrocarbonetos) para extrair óleos essenciais de flores. (Já o óleo de
eucalipto pode ser separado das folhas passando através delas uma corrente de
vapor de água destilação por arraste de vapor).
Uma
vez obtido um óleo essencial, a análise química permite identificar quantos e
quais componentes estão presentes. Antes do advento das écnicas modernas de
análise de óleosessenciais (cromatografia a gás, espectrometria de massa,
ressonância magnética nuclear, espectroscopia de infravermelho etc.), os
químicos identificavam quase exclusivamente o componente principal de um óleo essencial.
Hoje, é possível identificar todos os componentes de um óleo, mesmo aqueles que
estão presentes em quantidades mínimas. Alguns óleos essenciais chegam a ter
mais de 30 componentes. O quadro um apresenta as fórmulas dos principais componentes
de alguns óleos essenciais.
Uma
vez identificados os componentes de um óleo essencial, os químicos podem
fabricá-los sinteticamente e torná-los mais barato.
Uma
outra possibilidade é a síntese de novos compostos com aroma similar ao produto
natural, porém com estruturas totalmente diferentes. A grande maioria das
fragrâncias usadas hoje em dia é fabricada em laboratório. Os
produtos sintéticos são usados para aromatizar produtos de limpeza (sabões,
detergentes, amaciantes de roupas) e produtos de higiene pessoal (talcos,
desodorantes), e para criar ilusões, como deixar o plástico dos assentos de
automóveis com cheiro de couro.
Os
produtos sintéticos talvez nunca substituam completamente os naturais. Os
perfumes mais caros usam os produtos sintéticos apenas para acentuar o aroma
dos óleos naturais. Para alguns óleos, como o patchouli e o de sândalo, os
químicos ainda não encontraram substitutos satisfatórios. Uma grande contribuição
da química sintética tem sido, sem sombra de dúvida, a possibilidade de
preservação de certas espécies animais e vegetais que corriam o risco de
extinção devido à procura desenfreada de óleos essenciais. Uma outra
contribuição é o barateamento dos perfumes, permitindo seu uso por uma fatia mais
ampla da população.
Existe
uma diferença muito grande no preço dos produtos de perfumaria, dependendo se
são classificados como ‘perfume’, ‘água de colônia’ ou ‘loção pós-barba’. Estas
diferentes classificações refletem, na realidade, a composição da mistura que
você está comprando. Os perfumes contêm misturas de fragrâncias dissolvidas em
um solvente, geralmente o etanol. O etanol, por sua vez, contém sempre uma
pequena quantidade de água.As diferentes composições para produtos de
perfumaria. Quanto maior a porcentagem das essências nas fragrâncias, maior o
preço do produto.
Além
da essência e do solvente, os fabricantes adicionam à mistura substâncias
denominadas de fixadores que têm a função de retardar a evaporação da essência,
e conseqüentemente, prolongar os efeitos do perfume. É comum também adicionar
um outro álcool, o propileno glicol, para aumentar a solubilidade da essência
no solvente.
Finalmente,
cabe salientar que para algumas pessoas os perfumes não trazem sensações agradáveis:
são aquelas que têm algum tipo de alergia aos ingredientes usados na
formulação. Essências tais como a de anís, bergamota, canela, bcitronela, cravo,
gerânio, hortelã, safrol, sassafrás etc. pode originar dermatites (inflamação
da pele), manchas cutâneas e febre dos fenos.
Os
óleos essências e os terpenos
O geraniol é um álcool, monoterpeno. É um composto predominante em óleos essenciais de algumas plantas tal como a Cymbopogon nardus, e onde se apresentam com concentração relativamente elevada. Possui nomenclatura trans-3,7-dimetil-2,6-octadien-1-ol.
As essências
Óleos essenciais são
líquidos de aparência oleosa a temperatura ambiente, de fácil volatilidade e
aroma agradável, e normalmente são também chamados de essências. Estão contidos
em vários órgãos das plantas e animais e assim são denominados devido à
composição lipofílica, são quimicamente diferentes da composição glicerídica
dos verdadeiros óleos e gorduras. No caso das plantas estão associados a várias
funções necessárias à sobrevivência do vegetal em seu ecossistema.
Esses óleos apresentam
reconhecidas propriedades como repelentes de insetos, sendo frequentemente
encontrados em tricomas glandulares que se projetam da epiderme e agem como
advertência sobre toxidade do vegetal, repelindo potenciais herbívoros mesmos
antes que ataquem.
Os óleos essenciais são
misturas complexas e seus constituintes podem pertencer as mais diversas
classes de compostos, porém os terpenos e os fenilpropenos são as classes de
compostos mais comumente encontradas.
Os óleos essenciais ou essências podem se originar a partir de
origem natural ou sintética. As de origem natural são geralmente extraídas de
plantas, flores, raízes ou animais, enquanto as sintéticas são produzidas em
laboratórios tentando reproduzir ou imitar as de origem natural. Estes autores
afirmam que as formas de extração de uma essência (natural) são realizadas por
prensagem, maceração, extração com solventes voláteis, enfleurage ou através de
destilação por arraste a vapor. Este último método é demonstrado como o mais
eficiente e de menor custo, sendo ainda o mais adequado para a extração de
determinadas substâncias de uma planta.
Isolou-se, durante o século XVIII, um certo número de compostos que
receberam a designação coletiva de compostos aromáticos, devido a seu odor
agradável. O composto principal da série é o hidrocarboneto benzeno. A relação
entre a estrutura e o odor das moléculas orgânicas permaneceu obscura, de modo
que o significado original da expressão composto aromático foi abandonada,
passando ela a significar um composto insaturado pouco reativo
Muitos compostos aromáticos carbonilados apresentam odores
característicos e agradáveis, esse é o caso do aldeído cinâmico ,
também conhecido como
cinamaldeído ou β-fenil-acroleína, o
qual é responsável pelo aroma da canela.
Sabe-se desde a antiguidade que os componentes
odoríficos de uma planta podem ser concentrados na forma de um “óleo essencial”
pelo aquecimento brando da matéria vegetal. Posteriormente descobriu-se que a
destilação por arraste a vapor é um método mais eficaz de obtenção destes óleos
e por volta de 1592 já se conheciam cerca de sessenta diferentes óleos
essenciais. A investigação da composição química destes óleos foi iniciada no
século XIX e levou à descoberta de alguns hidrocarbonetos isoméricos de fórmula
C10H16 a que se chamou de terpenos. Descobriu-se, ainda
alguns terpenos oxigenados, geralmente álcoois ou cetonas, assim como outros
constituintes menos voláteis, com esqueleto de 15, 20 ou 30 átomos de carbono.
Considerado a unidade terpênica como sendo de 10 átomos de carbono. Quando
conseguiu-se determinar a estrutura de alguns terpenos ficou claro que eles
poderiam, em princípio, ser considerado como múltiplos de uma unidade básica, a
do hidrocarboneto isopreno (C5H8).
A figura abaixo mostra o terpeno Limonemo contido em algumas frutas citricas
O geraniol é um álcool, monoterpeno. É um composto predominante em óleos essenciais de algumas plantas tal como a Cymbopogon nardus, e onde se apresentam com concentração relativamente elevada. Possui nomenclatura trans-3,7-dimetil-2,6-octadien-1-ol.
Geraniol é um dos compostos que garantem aos óleos voláteis a sua atividade
anti-séptica, ou seja, possui atividade antifúngica e atividade de defesa
contra fitopatógenos encontrada para proteínas de algumas plantas.
O linalol também é um monoterpeno alcóolico terciário de cadeia aberta.
Pode ser encontrado normalmente sob a forma de uma mistura de isômeros de
posição da primeira ligação dupla. Possui um átomo de carbono assimétrico e,
por isso, podem existir enantiômeros.
O linalol é um constituinte químico de grande valor no mercado de
cosméticos e perfumaria, esse composto é o principal componente do óleo de pau-rosa, e seu
derivado sintético, o acetato de linalila, são largamente utilizados pela
indústria de perfumaria, cosmética e de produtos de limpeza. O Linalol é
representado na Figura abaixo.
Referências
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BENSAO DE VICENT, Bernadette; STENGERS, Isabelle.História
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